Mato Grosso importa 617 mil toneladas de fertilizantes em julho; evento debate alternativas nacionais

Realizados pela Febrageo, o Workshop Agrominerais e XVIII GEO Políticas acontecem em Cuiabá entre os dias os dias 1º e 3 de setembro.

Mato Grosso importou 617 mil toneladas de fertilizantes em julho, no valor de US$ 161,5 milhões, segundo dados do Ministério da Indústria e Comércio Exterior (MDIC). O volume representa cerca de 60% do que é consumido no estado, evidenciando a dependência do país de insumos estrangeiros.

No cenário de preocupação com a autossuficiência, Cuiabá receberá, entre os dias 1º e 3 de setembro, dois eventos voltados à discussão de alternativas nacionais: o Workshop Agrominerais e a Política de Fertilizantes do Brasil e o XVIII GEO Políticas: O Setor Mineral e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. As atividades ocorrerão na sede da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM) e também terão transmissão on-line. As inscrições estão disponíveis neste link.

Organizados pela Federação Brasileira de Geólogos (Febrageo) e por entidades regionais, como a Associação dos Profissionais Geólogos do Estado de Mato Grosso (Agemat), o Geoclube e o Sindicato dos Geólogos de Mato Grosso (Singemat), os encontros reúnem especialistas, pesquisadores e representantes do setor produtivo. O evento conta ainda com apoio da Faculdade de Geociências da UFMT, do Ministério da Agricultura e Pecuária e patrocínio do Confea e do Crea-MT.

Para o pesquisador da Embrapa Cerrados, Eder Martins, o uso de agrominerais, pó de rocha utilizado como remineralizador do solo, é uma estratégia viável para reduzir a dependência externa.

“O Brasil é, ao mesmo tempo, um país minerador e uma potência agrícola. Alinhar essas vocações por meio dos agrominerais regionais é fundamental. Vamos discutir esse tema em profundidade em palestra e minicurso, com foco em agrominerais silicáticos, que dão origem a fertilizantes regulamentados desde 2016”, afirma Martins.

O presidente da Febrageo e professor da UFMT, Caiubi Kuhn, ressalta que cerca de um terço do custo da produção agrícola está vinculado à compra de fertilizantes. “É urgente discutir soluções tecnológicas, com ênfase no uso de agrominerais e remineralizadores, para fortalecer a agricultura brasileira. Isso passa diretamente pelo setor de mineração”, afirma.

A deputada estadual Sheila Klener, presidente da Agemat e vice-presidente da Febrageo, avalia que o evento tem papel estratégico para reduzir a dependência externa e estimular a autossuficiência do estado. “Queremos promover pesquisa e inovação para explorar fontes alternativas, inclusive regionais, e integrar setores do agro, mineração e indústria química, gerando cadeias produtivas internas”, diz.

Entre os participantes confirmados estão Gilson Gomes Camboim, coordenador nacional de Cooperativismo Mineral na OCB; José Carlos Polidoro, do Ministério da Agricultura e Pecuária; Eder Martins, da Embrapa Cerrados; e Luiz Felipe Midon de Melo, superintendente da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).