Exportações de carne de frango caíram 21,2% em junho com embargos por gripe aviária

Faturamento com os embarques caiu 19,7%, para US$ 637 milhões

As autoridades sanitárias brasileiras cumpriram os protocolos para retomar o status sanitário e o país se autodeclarou livre da doença em 18 de junho. Desde então, os países estão reduzindo os embargos gradativamente. Porém, faltam compradores, como a China, anunciarem a retomada.

Com isso, além do volume, o faturamento gerado com as exportações de carne de frango em junho caiu 19,7%, para US$ 637 milhões, de acordo com os dados da ABPA. A entidade confirma que houve prejuízo vindo dos embargos, mas abaixo do esperado.

"Por um lado, o saldo registrado em maio e junho demonstraram um impacto real inferior ao que se chegou a especular com as suspensões decorrentes do único foco identificado e já resolvido de Influenza Aviária em produção comercial", disse o presidente da associação, Ricardo Santin, em nota.

"Agora, com a publicação da autodeclaração do Brasil de livre de Influenza Aviária junto à Organização Mundial de Saúde Animal, a maioria dos mercados retomou o fluxo das exportações e outros deverão restabelecer em breve. A expectativa é que ocorra uma significativa evolução nos níveis dos embarques neste segundo semestre, ampliando o resultado positivo esperado para este ano", acrescentou.

A Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) publicou um relatório final sobre o caso no dia 26 de junho, onde diz que recebeu a autodeclaração brasileira como livre da doença em granjas comerciais e confirma a retomada do status sanitário.

No acumulado do primeiro semestre, as exportações de frango (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) tiveram leve alta de 0,5%, para 2,6 milhões de toneladas.

A receita atingiu US$ 4,871 bilhões, número 5% superior ao registrado no mesmo período do ano passado, informou a ABPA.

Todos os principais compradores do produto reduziram os volumes no semestre. O ranking é liderado pelos Emirados Árabes Unidos, com 231,1 mil toneladas (-3,7%), seguido pela China, com 228,6 mil toneladas (-17,2%), Arábia Saudita, com 201,9 mil toneladas (-2%), Japão, com 198,2 mil toneladas (-7,5%) e África do Sul, com 133,9 mil toneladas (-20,3%).

Na ponta positiva, os embarques cresceram para União Europeia, com 125,3 mil toneladas (+20,8%), Filipinas, com 122,8 mil toneladas (+2,2%) e México, com 89,9 mil toneladas (+7,7%).