Levantamento
Agropecuária pressiona desmatamento na Amazônia e MT perde 26% de vegetação nativa, diz MapBiomas
O estudo levou em consideração as últimas quatro décadas. Atualmente, Mato Grosso preserva 62% da vegetação nativa
Rural | 16 de Setembro de 2025 as 07h 45min
Fonte: Redação G1-MT

A expansão da pecuária e da agricultura foi apontado como o principal motor do desmatamento na Amazônia, especialmente em Mato Grosso, conforme um levantamento feito pelo MapBiomas, divulgado nesta segunda-feira (15).
Conforme os dados, os estados de Mato Grosso e Rondônia concentram as maiores conversões diretas de vegetação nativa para uso agrícola. Em 1985, Mato Grosso possuía cerca de 80% de cobertura florestal e 7% de áreas de pastagem no bioma. Quase quatro décadas depois, em 2024, esse é o cenário:
- 🌳floresta representa 54% da cobertura
- 🐂pastagem passou a ocupar 23% do território
Mato Grosso hoje preserva 62% da vegetação nativa, no entanto, esse é o segundo menor índice entre os estados da Amazônia Legal, colocando o estado atrás apenas de Rondônia, com 60%.
Segundo o MapBiomas, a área destinada à agropecuária na Amazônia cresceu 415% entre 1985 e 2024. Nesse período, a pastagem teve um salto de 12,3 milhões para 56,1 milhões de hectares, um aumento de mais de 355%
Outros usos que também avançaram sobre a vegetação nativa:
- 💎 Mineração: passou de 26 mil hectares em 1985 para 444 mil hectares em 2024, crescimento de mais de 16 vezes em 40 anos, com média de 10 mil hectares por ano em toda a Amazônia Legal.
- 🌱 Cana-de-açúcar: registrou crescimento expressivo em Mato Grosso, saltando de 192 hectares em 1985 para mais de 124 mil hectares em 2024.
Em 2024, de acordo com MapBiomas, a vegetação nativa cobria 381,3 milhões de hectares do bioma, enquanto 15,3% da área amazônica já são ocupados por atividades humanas.
De forma geral, entre 1985 e 2024, a Amazônia Legal perdeu cerca de 52 milhões de hectares de vegetação nativa, uma redução de 13% da área do bioma em quase quatro décadas. A maior parte da supressão ocorreu sobre formações florestais, que perderam 49,1 milhões de hectares no período.
Conversão direta de florestas
Outro dado destacado no estudo diz respeito à cultura da soja. A moratória da soja, acordo firmado em 2008 para combater o desmatamento na Amazônia, levou à queda de 769 mil hectares em conversão direta de formação florestal (redução de 68%) entre os períodos pré e pós acordo.
No entanto, três em cada quatro hectares convertidos para agricultura (74,4%) são ocupados por lavouras de soja, que tiveram expansão significativa, sendo a maior parte convertida após Moratória da Soja, em áreas já abertas anteriormente para a pastagem.
Novas áreas de agricultura implantadas sobre áreas desmatadas anteriormente para pastagem representam pouco mais de 9% do total, com maior incidência em MT, RO e Pará (PA).
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